O lixo histórico, nossa mazela social
se perpetua, o cuidado do lixo como obrigação do outro, o lixo conduzido por
mãos servis, como trabalho menor, no Brasil do século XXI a sujeira se
apresenta nos jogos de poder que tentam sedimentar os escravos nos seus lugares, as ilhas de limpeza jorram esgotos escondidos,
há quem ande de álcool gel na bolsa- Mas deixa suas latas pelas ruas, vale
fechar bem os vidros do carro pra não sentir o odor de nosso playground de
consumo. Os Tigres (como eram chamados os escravos que carregavam lixo) não podem
deixar a cidade cartão postal suja para seus senhores: Açoitem os TIGRES! Dizem
os modernos capatazes. O lixo grita: Há mais que detritos na terra brasilis do que imagina nossa vã
filosofia. No apocalipse Tupy latino o mundo vai acabar em lixo, não precisamos
de bolas de fogo nem de dilúvios, seguimos em passos pequenos para sanear um
déficit histórico. Ratos, bactérias e urubus larguem minha fantasia do
eldorado tropical, temos que acordar dessa miséria!